sábado, 10 de julho de 2010

SESSÃO RAUL SEIXAS - ABRA-TE SÉSAMO 1980

Décimo quarto álbum de estudio de Raulzito 'Abra-te Sesamo' 1980 traz um Raul engajado na causa politica. A própria faixa título refere-se a abertura política do Brasil para a e o cenário mundial."Lá vou eu de novo/ um tanto assutado/ com Ali-Bába e os quarenta ladrões/já não querem nada com a pátria amanda.....", trecho este que cabe muito bem ao dias de hoje me fazendo crer que Raul era mesmo um astrólogo. Em 1980 o país tinha uma inflação de 110% e 25% da população era analfabeta, e uma difícil misssão para o então presidente Figueiredo fazer a transição do regime militar para a "democracia" de forma clara. Raul também detona contra a política de abrir as pernas para as multinacionais estrangeiras a preço de banana no 'hardão' 'Aluga-se'. Em meados dos anos setenta Raul se separa de sua esposa Tânea, daí em diante entra em depressão, é internado em uma clínica para alcoolatras, resquícios deste período difícil são vistos na faixa 'O conto do sábio chinês', no qual relata problemas de indetidade e personalidade. Neste mesmo contexto conhece Ângela, musa inspiradora da faixa que leva seu nome e também o ajuda na sua luta contra o álcool, "Mesmo que me aperte essa senção sem nome ou que me faça engolir a seco minha sede de Ângela". Voltando ao cenário politico o mestre se faz profeta da década perdida em 'Anos 80' "Charrete que perdeu o condutor". No quisto sexo temos a bela 'Baby' na qual trata abertamente o amor livre com toques freudianos, com a mesma temática só que agora cheia de humor o rokcabilly 'Rock das Aranhas' uma suruba exaltando a liberdade sexual. Raul podia tratar de fora irônica, sarcástica, maluca qualquer tema, até mesmo os tabus dos resquícios da ditadura que levou a censura desta faixa. 'Tem que acontecer alguma coisa nénem/parado e que eu não posso ficar' em 'Só pra variar ele se mostra um poeta inquieto em plenos monotonos anos oitenta na qual combina criticas a religião, ao mais do mesmo com maluquices de sua cabeça mirabolante "Solta um jegue no aterro na hora do rush". Mostrando sua capacidade única de tocar e cantar qualquer ritmo musical com o mesmo brilhantismo Raul manda uma moda de viola digna dos grandes nomes do género na belíssima 'Abeira do Pantanal' e a quase sertaneja 'Minha Viola'. O baião nordestino também marca presença nesta salada musical, em 'E meu Pai' na qual demosntra sua fé enrustida. E para finalizar esta resenha particular a minha preferida 'Conversa Pra boi dormir' mas outra grande crítica ao estado, religião, alienação, direitos humanos sobrou até pro avião.

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